O Homem-Deus Jesus – A Dupla natureza de Cristo

 

por Marcia B. Mendes

Esta afirmação é fundamentada na máxima do Cristianismo: “Jesus é cem por cento Homem e cem por cento Deus”. É assim que as Escrituras nos falam sobre a divindade e a humanidade de Jesus em seu momento encarnado.  Na verdade, isso é eco do texto final do Concílio da Calcedônia (ano 451 d.C), que foi absolutamente fiel ao estudo bíblico sobre o paradoxo da dupla natureza de Cristo, no que tange Sua encarnação.

Diga-se de passagem, o texto da Calcedônia é aceito por todos os ramos do Cristianismo: católicos, protestantes (não pentecostais e pentecostais) e os ortodoxos, ficando de fora dessa lógica apenas algumas seitas.

É o que chamamos em Teologia de união hipostática, uma doutrina do escopo da Cristologia que descreve a dupla natureza de Jesus e acaba por remeter-nos à verdade ontológica do Cristo. Podemos definir aqui um mistério de Deus e, se Cristo é o mistério de Deus, a Igreja é o mistério de Cristo. Mas isso já é outra história que poderá ser abordada em outro artigo.

Muitos conhecem a Cristo, mas nem todos conseguem enxergar Sua dupla natureza, haja vista que Jesus, mesmo agora na eternidade possui um corpo humano (At 1.11 e Ap 5.6).  De forma econômica, Cristo é plenamente Deus e plenamente divino, ou seja, Sua pessoa possui uma natureza humana e uma divina, ambas completas, incapazes de se misturarem e impossível de serem separadas: coexistentes na pessoa do Logos.

Ponho em relevo e grifo que Cristo assumiu uma natureza humana, mas jamais adotou uma pessoa humana, pois que Sua pessoa está vinculada à segunda pessoa da Trindade – o Verbo de Deus que se fez carne para habitar entre nós.

“Pode-se dizer que a pessoa é todo-poderosa, onisciente, onipresente, e assim por diante, mas também se pode dizer que é um varão de dores, de conhecimento e poder limitados, e sujeito às necessidades e misérias humanas. Devemos ter o cuidado de não entender a expressão no sentido de que alguma coisa peculiar à natureza divina foi comunicada ou transmitida à natureza humana, e vice-versa”. (BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 3. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p. 295. 2 Ibid., p. 295)

É um tema complexo que requer muito estudo e diversas reflexões, entretanto, cabe a nós aceitarmos Jesus Cristo como o nosso Senhor e adorá-lo como Ele é: o Deus-Homem, nosso Redentor.