
Sou salvo pela graça de Deus. E agora?
por Delmo Fonseca
Antes de qualquer coisa é preciso reafirmar que a salvação teve um alto preço. Sim, Cristo pagou nosso resgate com seu próprio sangue. Estávamos fadados à morte, à extinção, mas fomos salvos pela graça de Deus. Quer dizer que nosso esforço pessoal, nossos méritos não possuem valor algum no tocante à salvação? De maneira alguma. Somos salvos e justificados pela graça de Deus. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8).
E se eu resolver dar uma “banana” para a igreja e não congregar mais? E se eu decidir fazer o que sempre tive desejo mas nunca tive coragem por medo de perder a salvação? E se eu não crer na graça de Deus por achar que é doutrina humana?
Primeiramente a graça não é doutrina de homens, mas um mistério revelado. Senão, vejamos: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.11-12). Outra coisa: quem conhece o evangelho da graça e o despreza em função de uma outra “verdade”, certamente não sabe que está negligenciando as boas-novas da salvação. Em outras palavras, é como se fizesse a seguinte confissão: “Para mim a graça de Deus não basta, preciso de algo mais forte”.
A graça não é um passaporte para o conformismo, ao contrário, a graça nos potencializa a seguir o Cristo sem o peso da condenação da lei de Moisés. Seguir o Cristo, neste caso, significa buscar a Deus de coração em vez de buscá-lo a fim de receber recompensas. A graça nos salva de nossa própria natureza egóica. Assim, estar na igreja ou almejar andar no espírito terá um novo sentido.
Sou salvo pela graça. E agora? A resposta mais adequada para esta pergunta consiste em saber que uma vez conscientes de que somos salvos pela maravilhosa graça de Deus, nossa responsabilidade aumenta em decorrência da liberdade que conquistamos em Cristo, pois fomos livrados (salvos) da morte e da existência vazia. “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçamos firmes e não nos submetamos novamente a um jugo de escravidão” (Gl 5.1).